Vazamento de oleoduto na RMC mobiliza órgãos estaduais

O vazamento foi significativo e atingiu um córrego afluente do Rio Despique, que serve para captação de água por parte da Sanepar e abastecimento da cidade de Fazendo Rio Grande.

18/05/2020 13H57

foto: reprodução/AEN

O Governo do Estado mobilizou equipes do Instituto Água e Terra (IAT), da Defesa Civil e Sanepar para monitorar e atuar na investigação e mitigação dos danos causados pelo vazamento de combustível em um oleoduto da Transpetro na cidade de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Técnicos do IAT foram acionados ainda na noite de sexta-feira (15) para avaliar os impactos do incidente, após denúncia realizada por um morador próximo do local, que relatou forte cheiro de gasolina na região. A primeira suspeita é de que houve uma perfuração criminosa do oleoduto da empresa que é vinculada a Petrobras, para tentativa de roubo de combustível.

O vazamento foi significativo e atingiu um córrego afluente do Rio Despique, que serve para captação de água por parte da Sanepar e abastecimento da cidade de Fazendo Rio Grande. “Foi uma ação criminosa que acaba ocasionando um acidente com muitos danos”, informa o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes. “Cabe a nós fazer um acompanhamento para reparar esses danos”.

ABASTECIMENTO – A captação de água foi interrompida imediatamente, como medida preventiva para evitar o uso de material contaminado. “Assim que fomos informados pelo IAT, interrompemos imediatamente a captação do rio. Iremos fazer o monitoramento contínuo para termos segurança para entregar a água à população”, ressalta o diretor de meio ambiente da Sanepar, Júlio César Gonchorosky.

O rompimento do oleoduto da Petrobrás provocou o desabastecimento para 50% dos moradores de Fazenda Rio Grande. O fornecimento de água está sendo feito apenas pela captação emergencial de cavas, que atende somente a um terço da vazão necessária.

Por esta razão, a parte da cidade que não estava no rodízio de abastecimento também ficará sem água. Os bairros afetados são o Parque Industrial, Jardim Itália, Eucaliptos, Hortência, dos Estados, Gralha Azul, Jardim Veneza, Colonial, Nações, Santarém, Palmeiras, Sol-Levante, Santa Helena, Santa Maria, Santa Terezinha, São Sebastião e Iguaçu.

As obras de restauro do vazamento já foram iniciadas, mas ainda não há previsão para a normalização do abastecimento. A Sanepar deve voltar a operar a captação após o conserto da tubulação, desde que a água do rio apresente condições favoráveis para passar pelo processo de tratamento.

A orientação é que os moradores façam uso racional da água, atentando para os hábitos de higiene, principalmente para a prevenção do coronavírus (Covid-19). A prioridade deve ser alimentação e higiene pessoal. Outras atividades, como lavar carros, calçadas, regar jardins, devem ser adiadas para quando passar o período de estiagem.

DANOS AMBIENTAIS - Os técnicos ainda estão avaliando a dimensão dos danos, a mortandade de peixes e até de aves, bem como a quantidade vazada. “É uma atitude irresponsável em plena crise hídrica que acaba prejudicando a população, a fauna e flora”, lembra Nunes. Propriedades que possuem tanques para exploração da piscicultura foram altamente prejudicadas.

A Defesa Civil do Estado também acompanhou a situação. O órgão informou que foram tomadas medidas de contenção do vazamento e troca da tubulação, assim como de contenção do produto vazado no córrego. A Transpreto é responsável pelas ações de limpeza.

A extensão dos danos foi registrada com auxílio de drones. O IAT realizou coleta de água para analisar o grau de contaminação e ajudar nas medidas de recuperação das áreas atingidas.

As autoridades buscam identificar os suspeitos pelo desastre e, em paralelo, estão agindo para que os danos sejam amenizados. As medidas cabíveis estão sendo tomadas em conjunto com a Transpetro, Sanepar, Defesa Civil, Polícia Ambiental, Ibama e Secretaria de Meio Ambiente de São José dos Pinhais.

COMISSÃO – O Estado conta com uma comissão voltada a discutir procedimentos de identificação e atendimento a ocorrências com produtos perigosos. A Comissão Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências com Produtos Perigosos (CEP2R2/PR), realiza reuniões periódicas para discutir os procedimentos a serem adotados nesses casos, visando proteger as pessoas e o meio ambiente.


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