Seja Proativo

As pessoas proativas são agentes da mudança e escolhem não ser vítimas, não ser reativas, nem pôr a culpa nos outros.

04/12/2021 08H58

foto: arquivo pessoal

Por Luís Irajá Nogueira de Sá Júnior

Advogado no Paraná - Palestrante

Professor do Curso de Direito da UNIPAR

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Stephen Richards Covey (1.932 – 2012), foi um escritor estadunidense, autor de best-sellers. Entre outras coisas, seus livros enfatizaram a família, a liderança pessoal ou autoliderança, a primazia do caráter sobre as técnicas, a necessidade de construirmos um alicerce de integridade para a nossa vida e a importância da contribuição e do legado. Foi consultor pessoal de diversas lideranças do mundo empresarial e governamental. É sua a frase: “A paz de espírito chega quando sua vida está em harmonia com os princípios e valores verdadeiros, e de nenhum outro modo”.

O ciclo de contaminação pelo Covid-19, felizmente, está em declínio no Brasil. Contribuiu, e muito, para esse fator, a vacinação em massa da população. Porém, mal conseguimos respirar aliviados (sair do isolamento social), nova cepa do vírus já foi anunciada (ômicron), fazendo ressurgir, nas pessoas, o pânico. O sistema psicológico de quase todos os indivíduos da comunidade está dilacerado (perda do emprego, perda do ente querido, perda da liberdade, etc.). Na verdade, estamos vivendo experiências duras na caminhada da vida, e, a sensação de desânimo/tristeza pode ser vista no rosto de muitos. Cancelamento de festas de final de ano já foram anunciadas e a probabilidade de novo decreto de isolamento social está cada vez mais próxima.

A consequência dessa preocupação é a perda da capacidade de se ressocializar (corre-se o risco de perda do desejo de se relacionar coletivamente). Isso é grave! Muito grave! Uma alternativa que pode diminuir esse sentimento de solidão, mesmo atuando de forma remota, é que sejamos proativos.

Ser proativo é mais do que tomar a iniciativa. É reconhecer que somos responsáveis pelas nossas próprias escolhas e que temos a liberdade de escolher com base em princípios e valores, mais do que em circunstâncias e condições. As pessoas proativas são agentes da mudança e escolhem não ser vítimas, não ser reativas, nem pôr a culpa nos outros.

Confesso que não é fácil o processo de superação. Todavia, é inadmissível ficar de braços cruzados e sucumbir aos acontecimentos externos, aos quais não conseguimos modificar. As pessoas, as famílias, os grupos e as organizações moldam o próprio futuro ao criarem uma imagem e um objetivo mental para qualquer projeto, seja ele grande ou pequeno. Não vivem apenas um dia após o outro, sem terem um objetivo claro em mente. Identificam-se e comprometem-se com os princípios, com os relacionamentos (mesmo à distância) e com os objetivos que mais importam para eles. Em resumo, se reinventam todos os dias.

O comportamento proativo vem de dentro para fora e precisa ser estimulado constantemente. Integram a vida proativa as quatro áreas do desenvolvimento humano, quais sejam, a mente, o coração, o corpo e a alma. A mente desenvolve o controle para tomar decisões e avaliar situações. O coração em equilíbrio ativa a facilidade de se relacionar e confiar, enquanto o corpo representa a parte física que precisa estar em sintonia. Já a alma representa a necessidade de fazer a diferença, ou seja, de criar, crescer, atuar e ser reconhecido por isso.

 Stephen Covey nos ensina que: “A interdependência é o paradigma do nós: Nós podemos fazer isso. Nós podemos cooperar. Nós vamos unir nossos talentos e habilidades para juntos criarmos algo maior”. Somos seres relacionais. Necessitamos do convívio social para nosso desenvolvimento. Todavia, em tempos de convívio restrito, precisamos reinventar a nossa vida. Crie novos hábitos. Não deixe de entrar em contado (mesmo que remoto) com as pessoas que você ama ou guarda certa estima. Faça tudo o que estiver ao seu alcance para sair da solidão e superar este “momento” difícil da vida. Seja proativo!

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