SAE de Guarapuava promove roda de debate sobre o Dia Mundial de Luta contra a AIDS

30/11/2023 15H00

foto: reprodução/Assessoria/Secom

Na tarde desta sexta-feira (1), o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de Guarapuava promoveu uma roda de conversa sobre o Dia Mundial de Luta contra a AIDS no Salão Nobre do Centro Universitário Campo Real.

O evento foi realizado com foco nos agentes que atendem os pacientes nas unidades de saúde, porém o debate esteve aberto ao público interessado em obter conhecimento sobre o assunto.

Segundo a enfermeira e coordenadora do SAE, Ângela Maria de Camargo, é importante alertar que todas as pessoas estão expostas, de uma certa forma, ao vírus, mas que existem formas mais seguras de relacionamento e que, principalmente, existem formas de prevenção.

“Lembrando que o HIV, embora todo o contexto histórico de tabus e preconceito, é uma doença fácil de tratar, se acompanhada a tempo, com o diagnóstico precoce. É uma doença que pode ser estabilizada e evitar a transmissão. Então, o paciente que faz o tratamento corretamente pode ficar indetectável e, com isso, intransmissível. E o HIV é muito diferente de AIDS. O HIV é somente um vírus. A Aids é a doença propriamente dita. E hoje não há necessidade de as pessoas terem AIDS ou morrerem por causa dela, porque hoje há realmente tratamentos e formas de prevenção que evitam a contaminação ou evitam um adoecimento ou a morte desse paciente”, destacou a coordenadora.

Os convidados, Priscila Fortini, Raphael Demenck,  Larissa Bento e Marlene Terezinha Borecki, das áreas de psicologia, terapia sexual, enfermagem e epidemiologia, respectivamente, conversaram com os presentes ensinando sobre as práticas de manter relações saudáveis, com consentimento e mantendo sempre a prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis, fazendo o uso de preservativos, medicamentos e vacinas.

“Hoje é um dia muito importante. O dia 1 de dezembro é extremamente representativo para nós que trabalhamos com o HIV. Os agentes de saúde são as pessoas que atuam na ponta, no início da situação. Poder transmitir esse conhecimento é de extrema valia e gratificante, uma vez que cada um se torna multiplicador das ações que precisam ser desenvolvidas”, ressaltou a psicóloga, Priscila Fortini.

O debate contou ainda com a presença de Felipe Santos de Andrade, portador do vírus HIV, que mostrou que é possível viver saudável realizando o tratamento corretamente. Felipe descobriu que portava o vírus em 2021 e desde então, realiza o tratamento. Além disso, Felipe é casado e seu parceiro sabe de sua condição, mantendo todas as medidas para que o relacionamento funcione, como tomar a PREP (Profilaxia pré-exposição), uma medicação indicada na prevenção do HIV, principalmente para casais sorodiscordantes, ou seja, quando uma pessoa vive com o HIV e a outra não.

“O preconceito é o que está matando hoje, porque através do preconceito essa pessoa não vai querer fazer o tratamento. Então, ela vai ficar doente e vai morrer. Este é o momento de passar informações, de quebrar esse preconceito, porque o HIV deve sim ser um assunto falado. Não é algo que é de outro mundo, é nosso, é algo que está no nosso dia a dia, nas nossas relações sexuais. Às vezes a gente nem sabe que o nosso parceiro vive com HIV e o teste rápido ou esse conhecimento pode evitar que o vírus seja contraído”, declarou Felipe.

Para os participantes, o encontro foi de extrema importância para esclarecer dúvidas e eliminar os tabus que envolvem o assunto.

“Eu achei muito importante, porque já fazia tempo que a gente não tinha um encontro assim, com tantos profissionais. Tivemos novidades com esse encontro. É muita informação boa, foi muito valioso”, comentou Cirlei Rodrigues dos Santos, agente de saúde da UBS Primavera.

O encontro neste dia é apenas uma das ações que o SAE de Guarapuava realiza para a conscientização da população. Regularmente, são realizados atos de divulgação pela cidade, bem como, são distribuídos gratuitamente autotestes para aquelas pessoas que não têm condições de ir a uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Depois do autoexame, o indivíduo deve encaminhar o resultado a uma equipe médica e de enfermagem.

Dia Mundial de Luta Contra AIDS

Desde 1988, esta data foi o primeiro dia internacional para a saúde global. Cada ano, agências da Organização das Nações Unidas (ONU), governos e sociedade civil se unem para fazer campanhas em torno de temas específicos relacionados ao HIV, com atividades de conscientização e mobilização para arrecadação de fundos ao redor do mundo.

A fita vermelha é símbolo universal de conscientização, apoio e solidariedade com as pessoas que vivem com HIV. 

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