Paraná integra rede de pesquisa para identificar maior risco de desenvolver doenças

Por meio da Fundação Araucária, o Governo do Estado está investindo R$ 2,1 milhões no estudo feito por pesquisadores paranaenses que integram o Projeto Nacional Genomas SUS. Estudo pode ajudar a determinar características de pessoas com maior potencial pa

02/08/2024 15H50

foto: Napi/Genômica

Por meio da Fundação Araucária, o Governo do Estado está investindo R$ 2,1 milhões em um estudo que busca identificar, a partir do sequenciamento genético de parte da população, características que podem apontar tendências de pessoas desenvolverem futuras doenças como câncer, doenças neurológicas e cardiovasculares. A iniciativa é coordenada por pesquisadores do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Genômica, que integra o Projeto Nacional Genomas SUS.

O Paraná foi escolhido para integrar à rede nacional por já desenvolver um trabalho voltado à medicina de precisão desde 2023, em Guarapuava, por meio do Projeto Genomas Paraná. A iniciativa já recebeu R$ 3,3 milhões do Governo do Estado e reúne pesquisadores das universidades estaduais do Centro-Oeste (Unicentro) e de Ponta Grossa (UEPG), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), do Instituto para Pesquisa do Câncer (Ipec), e do NAPI Genômica.

“O apoio da Fundação Araucária foi fundamental porque já tínhamos toda a base do programa Genomas Paraná montada, o que nos permitiu ser inseridos na rede Genomas SUS. Entre todos os centros, o do Paraná era o que estava mais adiantado do ponto de vista de coleta de amostras e entrevistas”, destacou o coordenador do centro de pesquisa em Guarapuava e professor da Unicentro, David Livingstone.

Segundo o pesquisador, integrar a rede nacional tem permitido grandes avanços nos estudos, como a padronização de procedimentos, capacitação e o aporte de mais recursos. “O sequenciamento destas amostras é muito caro, girando em torno de R$ 3 mil a R$ 4 mil cada, fora o investimento em bolsas pagas pela Fundação Araucária e o Ministério da Saúde e o investimento na estruturação para desenvolvimento da pesquisa”, acrescentou Livingstone.

Os pesquisadores esperam identificar variantes associadas com fenótipos de relevância clínica e transferir os resultados para o banco de dados genômicos da população brasileira, a ser criado pelo Programa Genomas Brasil, do Ministério da Saúde. Essas informações guiarão a implementação da chamada saúde de precisão no SUS.

“Os dados genômicos gerados no projeto permitirão identificar pessoas com maior ou menor risco para desenvolverem doenças, auxiliar na definição das melhores opções de tratamento e identificar possibilidades terapêuticas, baseadas na constituição genômica da população brasileira”, concluiu o coordenador do centro paranaense.

GENOMA SUS – Ao todo, o trabalho envolve oito centros de pesquisa em seis estados, sendo dois no Paraná. Um está em Guarapuava, onde o recurso estadual está sendo investido, com atividades desenvolvidas na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em parceria com o Instituto para Pesquisa do Câncer (Ipec). O outro, em Curitiba, fica no Instituto Carlos Chagas (ICC), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os demais locais de pesquisa estão instalados na Universidade Federal do Pará, em Belém; na Fundação Oswaldo Cruz/Instituto Aggeu Magalhães, em Recife; na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Capital fluminense; na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte; e nos câmpus da USP em São Paulo e Ribeirão Preto.

O projeto pretende desenvolver um banco de dados a partir do genoma sequenciado de 21 mil brasileiros em seu primeiro ano, sendo 10% destas amostras de Guarapuava. Nos próximos três anos, a pesquisa deverá ser ampliada com a análise de cerca de 80 mil amostras.

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