A GLOBALIZAÇÃO, A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A PANDEMIA AUMENTARAM O NÚMERO DE MISERÁVEIS NO MUNDO: SERÁ QUE TEMOS MEDO DOS POBRES?
A grande preocupação mundial é: como oferecer otimismo e confiança aos jovens diante da desigualdade de oportunidades escancarada pela covid-19?
foto: reprodução/arquivo
Luís
Irajá Nogueira de Sá Júnior
Advogado
no Paraná - Palestrante
Professor
do Curso de Direito da UNIPAR
Jesus
Cristo não fez viagens de estudos e não escreveu nenhum tratado de próprio
punho. Foi um jovem de trinta anos que chegou do nada e desafiou os fundamentos
de um sistema milenar de leis e rituais, instituído sob a autoridade divina e
mantido ao longo da história como a principal marca de identidade do povo
israelita. Fez o que fez - transformou o saber em sabedoria - com competência e
autoridade. No tema central de sua doutrina estavam a compaixão, o amor e o
conhecimento da verdade sobre a condição humana (o sofrimento). Mas Ele não
parou neste ponto, mostrou no que consistia a solução. A passagem do antigo
para o novo. O que transformaria o homem sofredor e cheio de erros em homem
justo e conhecedor da verdade. Um novo homem, sadio, livre, confiante, criativo
e sem limites para caminhar, investigar, conhecer e alcançar as mais altas
aspirações, surgiria através da fé. Assim, após sua atuação, o poder de crer
ultrapassou os limites da lógica e do natural.
O
medo e a aversão ao pobre (aporofobia)
é fato concreto no mundo todo. Relatos de maus tratos a moradores de rua em
várias partes do mundo estampam a manchete das grandes redes de comunicação. A
pessoa sem casa é extremamente vulnerável, carece de um espaço de intimidade e,
nesse contexto, necessita de proteção do Estado e das ONGs através de
investimentos em projetos sociais. Quando um morador de rua é agredido, não tem
um espaço seguro aonde ir, e, por esta razão, o agressor pode voltar e matá-lo.
É inegável que vivemos em tempos de mudanças e
a velocidade dos acontecimentos nos surpreende. Sob a era da tecnologia,
gradativamente, galgamos evoluções revolucionárias. Sendo assim, para viver melhor
e antenado com as mudanças é preciso acompanhar as evoluções tecnológicas e
questionar qual a sua utilidade para o bem da humanidade. Será que ocorrerá a
relativização da liberdade? Será que ocorrerá ou já está ocorrendo a perda em
massa de empregos? Creio que sim.
A pandemia agravou ainda mais a situação de miséria do ser humano. Dados do Relatório de Riscos Globais de 2021 do Fórum Econômico Mundial aponta que os nossos jovens estão cada vez mais desiludidos, e, isto é um risco para nosso futuro como planeta. No Relatório, a desilusão dos jovens aparece como a principal ameaça global negligenciada e cujos reflexos sentiremos nos próximos dois anos. Uma geração assustada diante do desemprego crescente, dos cenários ambiental, econômico e político instáveis, principalmente no Brasil. A grande preocupação mundial é: como oferecer otimismo e confiança aos jovens diante da desigualdade de oportunidades escancarada pela covid-19?
A
exclusão social é preocupante. O sinal vermelho acendeu em face do movimento
doentio classificado como aporófobo que está ocorrendo no Brasil com o
aumento do número de moradores de rua e imigrantes venezuelanos, haitianos,
bolivianos, etc.; nos Estados Unidos, sobretudo com imigrantes mexicanos; na
França com imigrantes mulçumanos; na Espanha com inúmeros pobres moradores de
rua; na Grécia e Turquia com refugiados africanos. Antes turistas bem
recebidos; hoje tratados como invasores indesejados e maltratados levianamente.
Na
Carta Magna brasileira, o legislador constitucional afirma:
“Todos são iguais perante a
lei, brasileiros e estrangeiros (art. 5º); no artigo 1º, inciso III, eleva a
princípio fundamental a dignidade da pessoa humana; no artigo 3º, inciso III,
afirma que constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais; no artigo 4º, incisos II e VIII, assevera a prevalência dos direitos
humanos e repúdio ao terrorismo e ao racismo”.
Não
menos importante, são as regras contidas na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, que no preâmbulo assegura a dignidade humana, e, na sua essência
estabelece a proteção universal dos direitos humanos. A preservação da
existência humana está no centro das atenções.
O Padre Leo Pessini nas suas
reflexões, ressalta a importância para que se estabeleça uma convivência social
sem exclusões, discriminações, desigualdades, separações ou isolamentos e,
finaliza, sabiamente, dizendo que, tais hábitos, devem ser cultivados no
laboratório interior de cada ser humano.
Solidariedade, justiça, equidade, paz, respeito e compreensão pelo outro
se traduzem em genuínos valores humanos.
A globalização e a revolução
tecnológica provocaram sim o desenvolvimento mundial, mas, contudo, sob o forte
impacto da pandemia aumentaram o desemprego e a pobreza. Logo, não se pode
deixar de afirmar que no mundo globalizado, tecnológico e pandêmico, as pessoas
ficaram mais vulneráveis. Ser vulnerável é estar, frequentemente, diante da
possibilidade de ser ferido. Excluir é fácil. Todavia, torna-se imprescindível ser
solidário e acolhedor. Eis o desafio!
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